Inesperadamente, sem aviso...ao abrir a porta,senti vozes.Afinadas, cantavam, numa língua que não entendi.Imaginei que, numa decisão que apoio incondicionalmente, alguém tivesse posto música ambiente no edifício, sempre procurado por turistas, e ainda mais neste ano da CEC.Mas... não.
Discretamente, procurei o lugar do costume, hábito de muitos anos, e observei, procurando entender.
Quem eram aquelas quarenta, cinquenta pessoas, homens , mulheres, jovens e menos jovens, que, dispostos a esmo em semi-círculo, cantavam a vozes com simplicidade, sem maestro nem palco?! De quando em vez, ouvia-se a palavra Maria; e as terminações das palavras sugeriam uma língua eslava...
Não resisti: quando terminaram e se dirigiam para a saída, abordei uma senhora e, em inglês (língua universal...),felicitei e indaguei a nacionalidade. Lubljiana, foi-me respondido com um sorriso. E eu meio "embaçada"...
Ficara emocionada com aquela expressão de louvor a Maria; mais ainda com a facilidade com que este grupo executava o canto a vozes ,como alguém que bebe um copo de água em dia de verão, perante a imagem da Senhora, neste caso a Senhora da Oliveira, venerada em Portugal. Não sei o que mais me impressionou, se a fé, se a capacidade de um povo de expressar musicalmente os seus sentimentos.