Perante a novidade há, vulgarmente, duas atitudes possíveis: a expectativa ou a desconfiança. Uns...esperam para ver, outros...auguram catástrofes...e os resultados variam conforme as situações.
Vem isto a propósito duma das iniciativas da C.E.C. que causou em mim algum alvoroço - também quereria ter parcicipado, de uma maneira ou de outra, mas...soube tarde...não me pude "voluntariar" nem organizar, no sentido de abrir as minhas portas (pequenas e insignificantes) a uma visita musical, como as que aconteceram ontem, 28, na parte antiga da cidade. Grupos de músicos entraram e tocaram para quem estava: meia dúzia, duas dúzias...sentados, de pé, conforme os espaços oferecidos permitiam. Calculo que muitas pessoas ficaram de fóra - e com pena. Atrevo-me a alvitrar mais concertos ao ar livre, abertos a quantos se "acomodem" nas praças da cidade .
Por mim, que não pude gozar a partilha, achei a iniciativa interessantíssima: leva à des-sacralização (?) da música, não "coisa de elites eruditas", mas arte desengravatada para todos, dispensando salões, fraques e casacas, tiaras e vestidos longos...- isso era "naquele tempo"! Agora...pode levar alegria às crianças de uma escola, aos velhinhos de um lar , àqueles com mobilidade reduzida,e- mais importante ainda- a tantos humildes, que se não achavam "dignos" de pôr o pé num concerto, mesmo que, para tal, tivessem disponibilidade económica...
Não estive lá, não sei se tudo correu como previsto e da melhor forma. Acredito até que tenha causado alguns incómodos. Mas atrevo-me a dizer: vejam isto como um ensaio geral! E insistam e alarguem a iniciativa. Dêem-nos, por favor, um ano de música, para contrapor ao ano de crise! Executem nos átrios de prédios de andares, na pracinha dos bairros, na eira da quinta nas redondezas ( e que as há, tão convidadtivas!). Aproveitem tabém a musicalidade deste povo minhoto (eu não sou minhota, falo avontade), quem sabe não farão algumas descobertas inesperadas! Mostrem como funcionam os instrumentos, exemplifiqem o bom e o menos bom, para que aprendamos a exigir qualidade e saber valorizar, valorizando-vos! Força, jovens, gostamos muito de vos ter por cá!
E minimizem os ditos daqueles que não se sentiram confortáveis e que esperavam da iniciativa algo que não foi possível atingir. Com o tempo, a experiência pode ter "nota máxima". Insistam! Nós cá estaremos a apoiar. Garantido.