Ai que falta fez este "monstrinho"! Mesmo um tanto desbaratinado quando calha, ou quando a utilizadora lhe "dá ordens" baralhadas, é já um companheiro de aventura nesta vida, "Vida, tempo entre parêntesis", como ouvi um dia da boca de Nuno Lobo Antunes...
Pois bem, regressei, após uns dias de "ama-seca" da nossa bichinha, enquanto os donos faziam férias na praia. Foram uma dúzia de dias em "actividades agrícolas" e com companhia canina...absorvente. É que, em vez de Pen, a nossa pastora deveria chamar-se "Shadow", Sombra,ou Cola, Pastilha, talvez... Sempre atrás de mim, ensarilhava-se-me no caminho, lambia-me os pés, roçava a cabeçorra - e a coleira de picos - nas minhas pernas... de modo que não bastavam as unhas partidas, foi preciso ficar com uns arranhõezitos para fazer prova...Com mais ou menos paciência, o tempo esteve sempre preenchido:cortar folhas velhas e ramos secos , arrancar ervas, reconstruir a borda dos canteiros, dar caça às formigas, coitadas delas,- animalzinho tão activo e empreendedor, muito mais simpático longe de nós, claro,- tudo junto, mais as regas, que o calor apertou, e algumas arrumações de espaços adiadas há demasiado tempo,tudo isso resultou num cansaço bom, permitiu olhar para o lado e pensar "dever (parcialmente) cumprido".
Julgava eu que, uma vez aposentada,iria ser diferente. Se há tantas coisas para fazer! E eu ainda queria aprender coisas novas, investigar , viajar, conhecer gente interessante...Qual quê! Há sempre uma necessidade, uma urgência...Podia não fazer...Mas, se não fizesse, ia sentir-me muito mais infeliz! Deixar de fazer, podendo ter feito?...Nah, isso não é lá grande ideia. Assim, vou fazendo. E refilando. E...dando graças por ainda ter a genica e a capacidade para fazer. Louvado seja Deus, que tanta força dá!