"cantarei" o que a vida me oferecer... bichos...efemérides...alegrias...raivas(!) e o que mais adiante se verá!

11
Mai 13

Até há alguns dias, jamais tinha pensado na Escola como uma "invenção", uma maravilhosa invenção...

Invenção...foi a roda...a máquina a vapor...

A Escola, tal a recebemos no nosso tempo...é o produto de uma longa evolução na procura e transmissão do saber...de saberes...

Recuando no tempo, vêm-me à mente os monges, em mosteiros e conventos, escrevendo à pena, ilustrando manuscritos delicadamente...servindo os senhores...por vezes, ensinando os filhos dos reis a ler...e estes cada vez mais se interessando pelas letras...D.Duarte...D. Dinis....as grandes famílias senhoriais a contratarem perceptores para educarem os mais novos...para além de os preprarem na caça...na esgrima...nas danças de salão....As letras foram ganhando terreno, a princípio destinadas apenas ao sexo masculino ...com honrosas excepções...Paula Vicente...Soror Mariana...a Marquesa de Alorna...as mulheres a lutarem pela partilha cultural.

 

Mas o reconhecimento que a instrução é um bem precioso só veio a ser afirmado pela República, quando, em 1913,foi criado o Ministério da Instrução, a instrução olhada com a dignidade merecida como referência central no prestígio da nação.

 

De degrau em degtau, de vicissitude em vicissitude, com derrotas e vitórias, após uma época em que apenas "eles" faziam a 4ª classe, porque "elas" ficavam em casa a olhar pelos irmãos mais novos e a ajudar nos trabalhos domésticos; em que somente uns poucos tinham acesso à continuação de estudos, a Universidade uma miragem só para priviligeados...chegámos ao post 25 de Abril, à igualdade de oportunidades para todos...ao ensino obrigatório e grátis...até ao final do 12º ano hoje em dia...

 

Não cabe aqui analisar o que foi bem, o que foi mal, o que poderia ter sido ou o que poderá vir a ser melhor. Aqui queremos salientar o contributo que estes "que voltaram à escola" doaram  a esta "invenção" maravilhosa e a este edifício onde nos encontramos...diferente, renovado, melhorado, modernizado...em que todos sentimos ser "donos" de um tijolo, uma telha,uma pedra ou um mosaico, um palmo de terra, pedaço de nossas vidas...Assim, e para terminar, penso que, em conjunto,não hesitaremos em fazer um voto que a    escola pública possa continuar a batalha contra "o atraso, a ignorância, os preconceitos" e seja, sim, "factor de progresso e coesão, base de um Portugal democrático", " uma escola para todos", valorizada ela e valorizados os professores, seus imprescindíveis agentes, na construção do Futuro - com F maiúsculo.

"Não haverá recuo, não voltaremos atrás" no sonho de contribuir para um mundo melhor.

 

Força Professores!

Hurrah pela Escola Pública!

 

Viva a Escola Martins Sarmento!

 

 

Nota: entre aspas expressões dum discurso do Prof. Doutor Sampaio da Nóvoa, Reitor da U.L.

publicado por mfssantos às 12:26

04
Mai 13

Pensões

 

Descontar 37 anos 11% do salário, em vista a uma velhice tranquila, parece um bom projecto de vida. E faz-se um contrato com o empregador.Quinze anos após a reforma ser concedida, as regras do jogo mudam. Em vez de tranquilidade, voltamos a dizer a tabuada, em contas de somar e de "sumir",em operações de dividir, pelas benfentorias merecidas e programadas, a magra quantia que entra na conta, com variantes inauditas, de tal forma que, no momento, não sei a quantia exacta de que posso dispor mensalmente.

É triste, em fim de uma vida de trabalho e luta, ter de "fazer contas" para decidir se se pode, ou não, fazer aquela despesa, dar aquele presente, participar naquele passeio...comprar o jornal!

publicado por mfssantos às 12:33

02
Mai 13

Progresso, o que é?

 

Não é, talvez, a montanha esventrada,barrocais gigantes irrompendo do verde dos pinhais.

Isto me ocorreu ao atravessar a envolvente paisagista na região do Mondego,na zona entre Ceira e Vale do Açor, a caminho de Miranda do Corvo.

Parece que a ideia é ligar o litoral centro à Beira interior, sem ter que atravessar Coimbra e arredores, em direcção à fronteira em Vilar Formoso.

Uma boa razão, à primeira vista. A solução...é que não terá sido a melhor. Assim, o vão imenso entre as colinas mais junto à costa e os contrafortes das serranias das Serras do  Açor e da Lousã, esse vão será vencido por uma via construída sobre pilares altíssimos, cuja construção requer a maquinaria que leva à devastação da floresta local,deixando visível a carcaça do monstro...Obra de vulto, aos olhos...E para a bolsa...

 

Progresso? À custa de quê...de quem?

publicado por mfssantos às 20:41

22
Abr 13

Cães

 

Parques nas cidades...cães..sim ou não?

Uns que sim...outros que não. Lei geral? Inexistente. Portanto...instruções locais.De acordo com que princípios?Impostas e fiscalizadas por quem?

 

 

Perguntas com respostas diversas, opiniões mais ou menos radicais.Para mim, o problema não está nos cães, mas nos donos dos cães...Aí é que está o busílis...

Se eu vou usufruir do verde, da sombra, do canto das aves, do exercício físico tão recomendado...desejo encontrar um espaço cuidado, limpo, com condições... Aí não terão cabimento cães vadios, cães sem dono...sem controlo. Porém, se alguém passeia o seu cão pela trela, devidamente açaimado, caso seja de raça considerada mais agressiva,se há um responsável pelo animal, que o vacinou, desparazitou...não vejo inconveniente que o bichinho vá "passear o dono..." Isto é, se o tal dono for munido de um saquinho de plástico...se for o caso de...e não hesite em baixar-se, recolher e levar ao caixote do lixo mais próximo o que poderia conspurcar o ambiente...E aqui é que há falhas...

 

A primeira falha é, sem dúvida,do cidadão inconsciente das suas responsabilidades. Mais grave ainda, acho eu, é não ser feita a educção apropriada, a partir da infância, no respeito pelos outros e pelos bens comuns de todos nós. Não basta haver o caixotinho apropriado, com minúsculo letreiro "deposite aqui o dejectos de seu animal". Parece-me que seria útil, à entrada dos parques, um painel que mostrasse "como se faz". E que alguma vigilância fosse feita, por guardas devidamente identificados, preparados para chamar educadamente à ordem os prevaricadores...

 

É que não é aceitável que alguém se dirija a uma criança , acompanhada de um animalzito de estimação, em termos rudes e malcriadamente, quando ela apenas queria ir ao encontro da família ali mais à frente...Aconteceu ontem, no parque da cidade  de Braga. Felizmente, não acontece no de Guimarães...embora alguns donos...pudessem ser mais cuidadosos!

publicado por mfssantos às 18:21

21
Abr 13

Rugby...

 

"Qual é o desporto de brutos praticado por cavalheiros?", perguntaram-me. Claro que não imaginava. Mas depois, pensando na última "experiência" dele...uma luz se acendeu: o rugby, está visto!

 

Prática desportiva em grupo não é fácil, precisa de bom entendimento entre todos, não pode haver " a estrela da companhia"...ou as estrelas, que minimizam sistematicamente os mais novos, os mais fracos, os que ainda não sabem defender-se...os "calimero", "it is an injustice, it is".

 

Pois este "jogo de cavalheiros" parecem funcionar bem: "fair-play", é a voz de comando quando alguém se excede, "sorry", quando o adversário é atingido de forma disparatada...enfim, ainda sei pouco da história para dar mais pormenores. Sei que ele...ele anda feliz. E nós alegramo-nos por reconhecer "o espírito de grupo" que dá vida a estes jovens, sob orientação inteligente e correcta.

publicado por mfssantos às 18:35

19
Abr 13

Indecisões

 

 A aproximação de um feriado, de um fim de semana prolongado, ou mesmo de um periodo de férias, deixam-me sempre obsessivamente angustiada.

Vou? Não vou? Vou só ou vai alguém comigo?Levo carro ou vou de combóio?

 

Noutros tempos, faria a lista dos pontos a resolver, das compras necessárias para abastecer a casa fechada há semanas,pegaria numa muda de roupa apresentável, se me desse para ir à cidade ( para a aldeia tenho guardadas aquelas peças já muito usadas mas com que me sinto bem)

e pouco mais. Sem hesitar...toca a pegar no carro logo de manhã e zarpar.

 

 

Desta vez...ainda não resolvi. Mas penso nas camélias, brancas e de vários tons de vermelho, nas violetas, nas noivas, na cerejeira e no jasmim floridos, na magnólia rosa ao fundo das escadas e nos cachinhos da glicínia que devem já ter começado a rebentar.......

 

 

A Pen, a pastora-alemã de quase 5 anos, vai dar saltos de alegria quando me vir chegar. E eu sei que ela será companhia dedicada e preciosa

publicado por mfssantos às 00:03

17
Abr 13

O tempo melhorou. E "os tempos"...irão melhorar?...Daqui a quanto tempo? A tempo de os maiores de 75 ( como eu) poderem gozar tempos mais favoráveis, com as suas reformas de outros tempos intactas?...

publicado por mfssantos às 20:45

16
Abr 13

Já se torna cansativo ouvir falar do T.C. Comentadores, jornalistas, políticos, o cidadão comum...todos falam; e muitos atribuem o mau bocado que estamos a viver à "decisão" do dito tribunal. Uma única vez, num noticiário, já não sei dizer qual, a jornalista mencionou o assunto referindo a " crise provocada por algumas normas do O.de E. não estarem de acordo com a lei fundamental". Não garanto que as palavras tenham sido exactamente estas; mas a ideia, essa, era seguramente. Onde está "o busilis"? Na decisão de...ou na elaboração de...? isto pergunto eu.

 Antigamente, na aula de "Organização Política da Nação ", estudava-se a constituição vigente...e não se discutia..."Manda quem pode...obedece quem deve." Hoje em dia,um órgão escolhido para, fica encarregado de fiscalizar a execução da lei que nos rege,lei, sem dúvida, elaborada segundo ideais diversos dos de então. Goste-se ou não...é como as coisas funcionam. Se precisam aperfeiçoamento...arranje-se processo legal de o efectuar. Mas não se minimize o  T.C. e as suas decisões. Ao contrário, promova-se o respeito por...

Um video apresentado por Pacheco Pereira há dias, num progrqma de tv,mostrava como na América se conscencializam as crianças e os jovens da relevância da sua Lei Fundamental e com que orgulho devem olhar para ela. "Americanices", dirão...Não sei."De pequenino se torce o pepino"...não?

publicado por mfssantos às 14:32

15
Abr 13

Retorno

 

Já nem sabia como "passar por aqui" ! Calhou, hoje calhou. O dia amanheceu cinzento, chuvisca, e a Primavera nunca mais se instala este ano. Ontem já parecia ir ressurgir...hoje...já duvido. O clima está a transformar-se, o tempo anda louco...como os tempos actuais.Esta insegurança é comum a muitos aspectos da vida, e a intranquilidade interior... não é propícia à escrita...Se bem que esta poderá ser para mim uma companhia...na "velhice" e no isolamento em que vou vivendo.

Estes dois últimos anos, agora que penso nisso, foram anos de adaptação a uma nova condição física, a uma nova forma de estar. Articulações fragilizadas, demora na procura de profissional competente para uma orientação adequada...algum conformismo a "um problema  degenerativo", sem retorno...disseram-me...fui deixando, deixando...e passei a ficar por casa...cada vez com mais dificuldade em movimentar-me. Bem...o aconselhamento de alguém categorizado permite-me hoje mexer-me com a agilidade inerente aos 75...desde que não abuse, claro.E a "medida" é esta: o percurso que fazia antes em 15... leva hoje...uns 30 minutos...e o cansaço é equivalente a ter andado...horas!

Resmungo, lamento-me...mas acabo dando graças. Penso na minha Mãe, estou a parecer-me com ela, nas expressões, nos gestos, nas mãos...e embaciam-se-me os olhos ao constatar que, com a mesma idade...já ela era totalmente dependente. Asssim vou ganhando ânimo para me ir bastando...vagarosamente...sem exigir muito...sem "sonhar" fazer coisas que costumavam ser banais...Pegar no carro e ir a Braga, às Caxinas...ao Porto...ouvir o Sr. Urso cantar na Concha do Palácio de Cristal, como aconteceu ontem...e eu não fui...De carro, felizmente, ainda faço sem medo o caminho até Coimbra, pela auto-estrada, atravessando a cidade para alcançar uma das várias escolhas, todas elas...pouco "simpáticas", para chegar, curva contra-curva, às nossas serras, à casa - mãe, às origens, aos meus maiores no cemitério da aldeia. Lá encontro a filha e a família, sou recebida com sinais de grande regozijo pela nossa Pen e, estando bom tempo, um jardim e um quintal para cuidar...

Entre a "cidade e as serras"...cá vou aproveitando o tempo que me resta procurando bastar-me a mim própria e, quando possível,ajudando os netos ou os filhos, única  família que resta... oito , comigo nove, tão difíceis de reunir, congregar, animar num mesmo projecto, sensibilidades e percursos diversos...a sul, as artes, a música, a convivência ...a norte, a Natureza, os desportos radicais, o campismo, a cozinha ao ar livre...amigos  muitos, do mesmo "estilo"...E eu...no meio, ora cá, ora lá, "encaixando-me" sem grande esforço, desde que, sem "barafunda", haja paz. "A vida vive-se de muitas maneiras", já dizia a minha Madrinha...

 

Vou procurar passar por aqui com alguma regularidade...

publicado por mfssantos às 09:05

04
Ago 12

E já lá vai um mês...mais uns dias...e os ares da aldeia a tomar conta da minha vida, no quintal,na...cozinha...,nas muitas "arrumações" que se tornam necessárias num casarão antigo que, apesar de casarão...não encontra espaço para o rasto de...5 gerações.Cinco?! Pois é: o meu Avô Nicolau construiu antes de casar, o meu Pai casou e veio ocupar metade,acrescentando uma zona de serviço; eu por aqui fui criança "levada",para cá trouxe os filhos...e ela aqui permanece...com os seus dois respectivos...Não contei mal:5 gerações!

 

Aqui regressamos recorrentemente para matar saudades e recarregar baterias, pese embora o esforço, a distância, a "trabalheira" para pôr a "máquina" em andamento...É que  a casa de brasileiro dependia da exploração agrícola hoje abandonada...com quanta mágoa minha, que recordo...não , não  vou recordar nada, não foi isso que me motivou hoje a escrever. De um modo diferente, as coisas vão andando. Só que, antigamente, eu vinha "de férias", alguém tomava as "providências" necessárias...Agora...vou-as tomando eu, dando graças a toda a hora por poder fazê-lo...devagarinho...aos poucos...ora ando , ora descanso...ai-ai, olha os meus pés, ai-ai que me dói o joelho... e agora vou mesmo parar...já não faço mais nada hoje!

 

Às vezes...acontecem coisas. Se são agradáveis, preenchem-nos o pensamento durante tempo infinito, impedem que nos limitemos às "lamentações"  de como "há tanto que fazer e ninguém que ajude"...

 

No fundo de uma gaveta encontrei hoje um postal ilustrado, a rua principal de Vinhais, ao tempo, num dia de neve, assinalado um edifício com uma escada em pedra terminada em arco... a casa onde passámos os anos a que a profissão de meu Pai obrigava... em tempo de guerra, sem transportes, correio feito de burro, luz de central a carvão que encerrava às oito da noite para poupar, racionamento nos víveres que, mesmo assim, às vezes eram contrabandeados para Espanha, ali ao lado, por uma terriola que se chamava Vilar de Ossos...( ai, que medo, para lá eram mandados os meninos que não comiam tudo, diziam-me...) Com tudo isto...mesmo assim ,a melhor época da minha vida, feliz, mimada, sem responsabilidades, com uma Mãe que se me dedicava a tempo inteiro... inventando formas de me ocupar, indo aos poucos fazendo a minha formação...passear pelo campo, reconhecer as árvores e os pássaros, sentar à braseira lutando com linhas e agulhas, trapos e bonecas, lápis e papéis...letras, LETRAS,(!) de uns benditos Cubos Majora  que, depois, tentava reconhecer nas letras gordas dos jornais...

 

Pois é: o tal postal ilustrado destinava-se a felicitar o meu Avô Manuel pelo seu aniversário, em letras maiúscula, garrafais,em zig-zag...selo do correio bem visível...com data de 1942...tinha eu...cinco anos . Espanto? Nem por isso. As letras sempre me atraíram e fizeram companhia. Como hoje.

publicado por mfssantos às 15:46

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