Na minha terra é assim que se chama. Na falta do que os usos de antigamente proporcionavam, podemos, com os recursos actuais, tentar...e talvez se consigam semelhanças...
Cubra o fundo do tacho (da caçoila...) com um dedo de bom azeite. Por cima, junte uma boa camada de dentes de alho, folha de louro, um ramo de salsa, uma boa colher de colorau (pode ser picante...). Calcule uns duzentos gramas de carne por pessoa (carne de cabra!), corte em pedaços de uns 10/15 cms., lave e acame no tacho (caçoila). Cubra de vinho tinto (maduro !!!) e coloque...(antigamente, era no forno de cozer a broa...) ao lume. Deixe ferver, lentamente,até o molho reduzir e a carne ficar tenra - uma hora, ou mais, dependendo da quantidade ; se quiser, pode pôr no forno na última fase da cozedura. Sirva com batata cozida branca, daquela que se esfarela, e grelos, se for tempo deles.
Não acredito que não gostem.
Depois...para o dia seguinte,há a "Sopa de Casamento". Ainda é mais fácil de confeccionar. Ora experimentem:
Comida a saborosíssima chanfana, resta-nos o molho - que não pode desperdiçar-se! Num pirex (numa pingadeira de barro...), cloque fatias de pão duro, cubra com couve branca cozida em água e pouco sal, e regue com a calda que cozinhou a carne; meta no forno, só para tostar. Vai ver que é bom.
Com a sobremesa de arroz doce, esta é a ementa das festas na minha aldeia beirã.
No dia em que a tv faz a apologia da Chanfana como pérola da gastronomia portuguesa, faço gosto em partilhar o que os meus maiores me legaram.