"cantarei" o que a vida me oferecer... bichos...efemérides...alegrias...raivas(!) e o que mais adiante se verá!

27
Fev 11

Este ano voltei.Pela mão de uma amiga, que também se interessa por estas artes da escrita. Ou não tivéssemos ambas passado pelas Letras, em Coimbra,anos 55-60, uma mão cheia de grandes mestres...E o "bichinho" ficou. Se ,às vezes, como que "adormece"...é por falta de estímulos. Estes são o que as Correntes representam para muitos no público: fica sempre a vontade de ir ver mais este livro, conhecer este ou aquele autor, tomar contacto com esta outra novidade...

Sábado, só fui à sessão da manhã e à primeira da tarde.Alguns rostos conhecidos,intervenções subordinadas ao tema "Não há palavras exactas", de manhã,"Nada no mundo deve ser subestimado", de tarde.

 

"AS PALAVRAS, ENQUANTO SÍMBOLOS, TÊM DE SER INTERPRETADAS",J.M.Fajardo

 

"As palavras têm som e significado", daí a dificuldade em "criar com palavras"

"Quase sempre o imaginário é mais belo que o real...", Kirmen Uribe, basco de Bilbao, muito jovem, já traduzido em Português

 

NUNO CRATO, matemático brilhante, "ministro" da educação para as Ciências, confessa "não ter imaginação", diz  "Eu tento que as palavras sejam exactas", mas logo acrescenta com um meio sorriso "Outras vezes, desejo que sejam ambíguas, para as pessoas interpretarem..."Detesta "false friends" (eu também) :ele realizou, em vez de ele compreendeu, chegou à conclusão de que...e outros exemplos.

 

Pedro Vieira , do Canal Q, igual ao que já vi em televisão...

 

Rachel Ochoa, prémio revelação Augustina Bessa Luís, bloguista, viajou de inter-rail, escreve sobre viagens, diz não crer em palavras exactas, não existem...e conclui: "Quem sabe...não fala;quem fala...não sabe".

 

Walter Hugo Mãe, que já conhecia de há dois anos, presenteou-nos com um texto  pleno de trocadilhos , "confusões" sobre o seu nome, sobre o título de seu livro"A máquina de Fazer Espanhóis", (que fez  sucesso), de tal forma que a sala riu a bom rir, num momento de boa disposição que  só um domínio da língua e uma inteligência e cultura invulgares conseguiriam suscitar - a manhã terminou em beleza e divertimento.

 

De tarde, a Flor Pedroso apresentou a Mesa, que reflectiria sobre o mote "Nada deve ser subestimado"...

 

Falou Ivette Centeno, bloguista também, que recordo de Coimbra, postura que denunciava a prática de ballet (ou terei sonhado?), referiu o brasileiro Paulinho Assunção, (que também deve ter lido Rilke) e a Mazurka para dois violoncelos...E disse: "Tudo é menos do que é. Tudo é mais". "Rosa de Ninguém" é o título da publicação em colaboração com João Barrento.

 

Luís Sepúlveda, com todos seus livros traduzidos para Português,que demonstrou com exemplos vários como não devemos subestimar nada, concluiu "NOS OTROS, LOS CIDADANOS, NUNCA DEBEMOS SER SUBESTIMADOS"( ai o meu castelhano...)

 

Seguiu-se Manuel Rui, angolano, advogado formado em Coimbra, autor depoemas e canções..

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De Montevideo, MARIO DELGAGO APARAIN afirma que "o pior dos nossos tempo é a crise de auto-estima".

Cada um de nós tem uma história para contar. A história dos nossos avós deve ser inspiração e reflexão para as gerações mais novas que começam a escrever. A crise actual é o fruto do corte do vínculo inter-geracional...Dizer "JO" é diferente de dizer "NOS OTROS"...

 

António Vitorino de Almeida não fez música, com grande pena minha .Nisso é que ele é o Mestre.Mas falou da sua experiência ao acompanhar ao piano,de improviso, penso que em Angola,Mestre Canoço tocando um instrumento local que produzia uma única nota. UMA?!Só?! Porém há a considerar o timbre, o ritmo, a intensidade..."Não se critica o nada. Que dizer?Nada!" É preciso valorizar a palavra. A palavra bem escrita! Recuso-me dizer"ator" em vez de "actor". Não subestimo o c", terminou, brincando com este tema sério, o acordo ortográfico...Ainda bem que não estou só...E quem sou eu?...

 

Onésimo Teotónio de Almeida, brincando com o seu nome, contando histórias anedóticas, encerrou os trabalhos com uma afirmação bem actual e verdadeiramente justificada:

                                                        "Não subestimem a NET!"

 

Para recordar um dia diferente, preenchido com um cheirinho aos interesses que fazem lembrar uma juventude universitária distante,estas notas são um registo deficiente da reflexão sobre o valor da Palavra, das palavras organizadas em frases, das frases que compõem textos, textos que reproduzem ideias, ideias que irão ser discutidas...por aí fóra.

 

"Correntes de Escritas" - até para o ano?

publicado por mfssantos às 11:43

Compreendo perfeitamente que não seja fácil captar tudo e mesmo agarrar o essencial de um texto lido a alta velocidade para não abusar do tempo.
Um abraço do
onésimo
Anónimo a 28 de Fevereiro de 2011 às 22:16

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